segunda-feira, 1 de setembro de 2008

EDVARD MUNCH

Biografia
Edvard Munch frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Oslo, vindo a ser influenciado por Courbet e Manet. No campo das idéias, o pensamento de Henrik Ibsen e Bjornson marcou o seu percurso inicial. A arte era considerada como uma arma destinada a lutar contra a sociedade. Os temas sociais estão assim presentes em O Dia Seguinte e Puberdade de 1886.
Com A Menina doente (Das Kränke Mädchen - 1885) inicia uma temática que surgiria como uma linha de força em todo o seu caminho artístico. Fez inúmeras variações sobre este último trabalho, assim como sobre outras obras, e os seus sentimentos sobre a doença e a morte, que tinham marcado a sua infância (a mãe morreu quando ele tinha 5 anos, a irmã mais velha faleceu aos 15 anos, a irmã mais nova sofria de doença mental e uma outra irmã morreu meses depois de casar; o próprio Edvard estava constantemente doente), assumem um significado mais vasto, transformados em imagens que deixavam transparecer a fragilidade e a transitoriedade da vida. Em Paris, descobre a obra de Van Gogh e Gauguin, e indubitavelmente o seu estilo sofre grandes mudanças.
Em 1892 o convite para expor em Berlim torna-se num momento crucial da sua carreira e da história da arte alemã. Inicia um projecto que intitula O Friso da Vida.
Aos trinta anos ele pinta O Grito, considerada a sua obra máxima. O quadro retrata a angústia e o desespero e foi inspirado nas decepções do artista tanto no amor quanto com seus amigos. O Grito é uma das peças da série entitulada The Frieze of Life [O Friso da Vida]. Os temas da série recorrem durante toda a obra de Munch, em pinturas como A Menina Doente (1885), Amor e Dor (1893-94), Cinzas (1894) e A Ponte. Rostos sem feições e figuras distorcidas fazem parte de seus quadros.
Em 1896, em Paris, interessa-se pela gravura, fazendo inovações nesta técnica. Os trabalhos deste período revelam uma segurança notável. Em 1914 inicia a execução do projecto para a decoração da Universidade de Oslo, usando uma linguagem simples, com motivos da tradição popular.
Munch retratava as mulheres ora como sofredoras frágeis e inocentes (ver Puberdade e Amor e Dor), ora como causa de grande anseio, ciúme e desespero (ver Separação, Ciúmes e Cinzas). As últimas obras pretendem ser um resumo das preocupações da sua existência: Entre o Relógio e a Cama, Auto-Retrato de 1940. Toda a obra está impregnada pelas suas obsessões: a morte, a solidão, a melancolia, o terror das forças da natureza.

PÓS-MODERNISMO OU PÓS-CONSUMISMO?

A humanidade, desde que o pensamento tomou “forma, é dotada de mitos, fantasias e crenças. Passamos por vários séculos de escuridão e desconhecimento, nos quais a Igreja era a grande formadora de opinião no mundo ocidental, particularmente.

No século XVI, início da era moderna, a Reforma Protestante trouxe questionamentos e embates no que tangia ao roteiro de vida das pessoas. As incoerências e as deduções começaram por desabonar velhas idéias sobre nossa origem e sobre como deveríamos viver se quiséssemos o amor e a compaixão divina.

O cenário começou a mudar e os bastidores a se agitar por conta da “mudança de planos”. A sociedade, pouco a pouco, deixou de ser estamental e filósofos como Voltaire, Russeau, Descartes e Diderot já embalavam suas idéias e pensamentos. O homem não era mais visto como um instrumento da vontade de Deus, com destino traçado, e sim como um ser social responsável por suas ações e abandonado à própria sorte.

Com a Revolução Industrial, no século XVIII, outras preocupações surgiram. As cidades cresciam, a terra era tomada pelo estado e os “pobre-coitados” que se virassem para se manterem na dita civilização moderna. Tirar leite pela manhã das vacas e colher o fruto de cultivos já não faziam parte do cotidiano. Tornamo-nos modernos e o que manda são o dinheiro e as posses.

As divagações bucólicas, as Marílias e as Eurídices desapareceram. O mundo desmistificado, sem tempo para fantasias ao homem comum, ao trabalhador e ao pai de família. “Time is money e meu filho tem fome”, o novo e moderníssimo lema.

Os grandes filósofos dos séculos XIX e XX fomentaram: “Deus está morto!” Muitos, até hoje, ainda têm o bom senso de crer que Ele está no meio de nós; outros tornaram-se apenas um pequenino e insignificante aglomerado de células ácidas que se multiplicam sem pedir licença. Foi então que voltamos alguns séculos e, como Wherter, de Goethe, nos encontramos: “Não estamos bem em toda parte e estamos bem em parte alguma”.

O “tic-tac” do relógio tornou-se o grande ditador de nossas atividades. A vida... Por que bela se vazia? Por que vazia se bela? O mundo sem fantasia dentro de um buraco negro de pensamentos tétricos: voltaremos ao pó, vermes se alimentarão de nossas frias e rijas carnes e, ao menos, de adubo serviremos.

Diante desta hipótese póstuma, a arte tornou-se o reduto das fugas e dos devaneios. A tristeza e a frustração foram o estopim para uma produção artística considerável. Alguns se entregaram aos sonhos e às ilusões; outros, às suas dores.

Eis que surge mais um questionamento: o que seria da arte sem as falhas, sem a tristeza e sem o sentimento do “não ser”? Teríamos apenas a reprodução objetiva da realidade, do que teríamos como belo, da visão parnasiana? Que sentido teria O Grito, de Edward Munch, por exemplo?







O homem moderno, porém, não possui tempo para pensar em grandes questionamentos e muito menos para ter crises existenciais. Ele nunca é, sempre está! Está ocupado com o trabalho, com a família e com o dia de folga que passará amenamente em frente à televisão.

Além disso, já pensaram tudo por nós. Desde como devemos nos portar até sobre o que temos de consumir. Tudo de que precisamos é estar na moda, ouvir as paradas de sucesso, ler o que lêem e assistir ao que assistem.

A pós-modernidade trouxe um leque enorme de opções para que este homem tenha seus momentos de prazer garantidos pela Industria Cultural. Desde a dona-de-casa que sonha em ir para a Ilha de Caras ao trabalhador urbano que se empolga com um simples jogo de futebol.

Na chamada pós-modernidade há produtos consumíveis para todos os gostos. Há itens para o erudito e para o popular. Porém, a divulgação é ditada pelo mercado, dando prioridade ao que é venal ao maior número possível de pessoas. Para se ter noção, ninguém mais precisa saber cantar, por exemplo. Basta ter dinheiro para pagar o “jabaculê” e para produzir um CD em estúdio, podendo corrigir qualquer imperfeição vocal.

A arte tornou-se mercadoria de consumo e só é levada ao público se for lucrativa. Essa é a pomposa pós-modernidade – independente de ser cópia ou original; de ter conteúdo rico ou pobre.

Adorno e Horkheimer já haviam previsto este desfecho apocalíptico: a perda da identidade cultural em favor da massificação. A chamada “Bolha Ideológica”, de meados do século XX, condicionou-nos a digerir o que nos é oferecido. A antropofagia de Oswald de Andrade ruiu.

Se pensarmos bem, no entanto, bem aventurado aquele que se priva do conhecimento e aliena seu pensamento, pois ele viverá satisfeito e contente com a mediocridade que nos cerca. Como diria Lord Byron, “a dor é conhecimento; aquele que mais sabem, mais devem lamentar pela triste realidade: a Árvore do Conhecimento não é a da Vida”.

A Arte também reflete o Pós-Modernismo, e um dos artistas que representa esta fase é Edvard Munch.

O Grito (no original Skrik) é uma pintura do norueguês Edvard Munch, datada de 1893. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero existencial. O pano de fundo é a doca de Oslofjord (em Oslo) ao pôr-do-Sol. O Grito é considerado como uma das obras mais importantes do movimento expressionista e adquiriu um estatuto de ícone cultural.





Fonte:
http://trovadorasolitaria.blogspot.com/2008/08/ps-modernismo-ou-ps-consumismo.html