sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Alimento ideal para um público preguiçoso

Ficamos pensando qual seria a melhor forma de começar um “post” para um blog com a finalidade de expor aos colegas de sala, ao nosso Prof. Ms. Marcelo Furlin e aos interessados em literatura e arte, nossas idéias e indagações sobre.
Discutimos quais as melhores formas de estruturar esse “post” e elaboramos diversos rascunhos de longas dissertações a fim de contribuir para o blog com uma posição crítica e engajada em nosso objeto de estudo.
Por acreditarmos que o texto do blog conota um gênero narrativo peculiar e próprio, abandonamos a modalidade dissertativa e “academicista” que havíamos tido contato ao ler os “posts” do referido blog.
Mas, se continuarmos nessa linha de pensamento, fugiremos do propósito principal; apresentar uma opinião crítica a respeito de uma determinada tendência artística, portanto, literária.
Certa vez, quando conversávamos (Jonathan e Tiago), falávamos sobre um livro que lêramos:“A insustentável leveza do ser” de Milan Kundera. Nesse livro, o autor apresenta reflexões (ainda que seja uma narrativa), a respeito do amor, do tempo, da vida e da arte.
O que suscitou-nos à discussão, foram, sobretudo, as reflexões a respeito da arte, e mais propriamente a arte “Kitsch”
Diversas definições de enciclopédias on line nos levam a acreditar que o “kitsch” nada mais é do que uma arte superficial ligada ao cotidiano, à rotina, ao brega e ao “clichê”, contrastando com as reflexões de Kundera.
Essas definições enciclopédicas cumprem seu papel sistemático, pois, analisam e descrevem as coisas por meio de termos e expressões sucintas beirando ao minimalismo assumindo por vezes uma identidade maniqueísta.
O sentido e o significado do kitsch, cremos que vai muito além dessas definições enciclopédicas e adotamos uma linha de pensamento a respeito, baseada nas reflexões de Kundera, que diz que o kitsch é uma predeterminação da arte, ou seja, que estabelece juízos preconceituosos (pré-concepção). A arte kitsch surge do pressuposto de mascarar algum fato de real expressão na sociedade onde o artista tem a finalidade de encantar a massa, daí o conceito de uma arte clichê e por vezes brega.
Corroborando o nosso pensamento, temos o Escritor Herman Broch, que afirma que o kitsch ““...apresenta-se como o alimento ideal para um público preguiçoso que deseja ter acesso a uma cultura que ele pensa ser de elite sem fazer grandes esforços para isso e até para a compreender...”.